Impressões até agora – Como foram as entrevistas

Postado em 06/09/2015 Atualizado em 12/09/2015

Fala galera! Eu, Leo, gostaria de compartilhar com vocês o que meu grupo achou das entrevistas feitas até agora. O material pro nosso documentário já está pronto e o Gustavo e o André já começaram a editar o vídeo. Enfim, primeiramente, chamou a atenção de nosso grupo o fato de as entrevistas com as mulheres ficarem normalmente melhores. Além de serem bem mais receptivas e abertas para darem entrevistas, a gente reparou que as entrevistas com elas acabaram sendo melhores. As ambulantes que encontramos contavam abertamente suas histórias, falando sobre tudo que já passaram, do abuso da polícia e de todas as questões familiares que as afligiam, como o não pagamento de pensão por parte do marido, a dificuldade de ter que trabalhar e conciliar com a criação dos filhos, entre outros. Claro que houve vendedores ambulantes simpáticos e que nos forneceram ótimas entrevistas, mas percebemos que as mulheres se sentem mais à vontade e deram melhores relatos, tanto que optamos por colocar em nosso documentário a entrevista com a Vilma e com a Poliana, além da entrevista com a representante da Gaspar Garcia.

Outra coisa que acho legal compartilhar com vocês é o fato de ser muito, mas MUITO difícil mesmo escolher só algumas partes da entrevista. Já foi difícil escolher só três entrevistas, mas optamos por esse número para poder aprofundar mais na história das duas vendedoras referidas e tentar aproximá-las do telespectador, já que os relatos delas são emocionantes, abertos e, por mais que sejam histórias de certa forma tristes e cheias de dificuldade, deixam você impressionado, pois, por mais que elas sofram muitas vezes, elas estavam sempre sorrindo pra gente e nos ajudando no nosso projeto com muita boa vontade (eu entrevistei ambas e posso dizer que sai com uma mistura de tristeza pelo que ambas passaram e felicidade por conhecer a história de vida dessas pessoas). O vídeo das duas ficou muito bom e cheias de partes interessantes pro documentário. Eu, enquanto revia as entrevistas com as duas vendedoras e com a representante da Gaspar Garcia, ficava cada vez mais aflito e falava pro André que a gente não tinha como cortar partes do relato pro documentário e que por mim a gente botava logo a entrevista inteira. Mas, infelizmente, como o limite de tempo do documentário final é de 10 minutos, a gente acabou não tendo outra escolha.

Por último, em nome do grupo, eu gostaria de expressar que aprendemos muito mesmo nesse trabalho (parece meio brega e tals, mas é verdade…). Conhecíamos muito pouco sobre os ambulantes e queríamos saber um pouco mais sobre esse grupo tão presente no nosso dia-a-dia. Vimos as dificuldades que os ambulantes têm que passar, desde conseguir a licença pra regularizar a mercadoria (TPU- Termo de Permissão de Uso para Comércio Ambulante) até  o preconceito por parte da população, a batalha que eles enfrentam cada dia pra vender honestamente seus produtos e que por trás de cada vendedor ambulante tem uma história muito rica a ser contada. Espero que nosso documentário possa mostrar a vocês a história dessas duas vendedoras que nos receberam tão bem, mostrando tudo que elas já passaram e ainda passam e que ele mostre o trabalho de organizações como a Gaspar Garcia, que estão na luta diária pelo direito dos ambulantes e que tem uma luta muito importante (essa organização é até patrocinada pela União Européia), mas muito pouco difundida.

Leo